quarta-feira, 6 de abril de 2016

  AS TRÊS PIRÂMIDES DE GIZEH
 

    Existe um provérbio árabe que faz a seguinte referência as Pirâmides: “O Homem teme o Tempo, e ainda o tempo teme as Pirâmides“.
 
    As três pirâmides da planície de Gizeh (ou Guiza, nome mais próximo do original – Gizeh é um galicismo) foram construídas durante a Quarta dinastia (2.631-2.494 a.C.), e são os maiores monumentos do mundo erguidos por homens, elas ocupam a primeira posição na lista das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Do outro lado do rio Nilo e a apenas 23 km da atual cidade do Cairo, encontramos a Grande Pirâmide (com cerca de 147 m de altura – cerca de 49 andares), construída pelo faraó Kufu (Quéops), a segunda maior por seu irmão Quefrén e a terceira por Menkaure (Miquerinos), filho de Quéops. Estas informações foram dadas pelo historiador grego Heródoto, que as conseguiu cerca de 2.000 anos depois de sua construção.

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Cada uma faz parte de um importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerário e as pirâmides menores das rainhas, tudo cercado de túmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas do governo, uma autêntica cidade para os mortos.
    Foram encontradas valas aos pés das pirâmides, as quis continham botes desmontados: parte integral da vida no Nilo sendo considerados fundamentais na vida após a morte, porque os egípcios acreditavam que o defunto rei navegaria pelo céu junto ao venerado Rei Sol.
    Apesar das complicadas medidas de segurança, como sistemas de bloqueio com pedregulhos e grades de granito, todas as pirâmides do Antigo Império foram profanadas e roubadas possivelmente antes de 2000 a.C.
 
    MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO

 
    Desde a época da Grécia Antiga, as técnicas de construção das pirâmides têm sido objeto de amplas discussões. Poucos textos egípcios originais sobreviveram ao tempo e o nosso conhecimento sobre os métodos empregados naquela época deriva em grande parte de descobertas arqueológicas.

    Escavações encontraram inúmeras gravuras dos egípcios usando suas ferramentas primitivas, bem como restos destas ferramentas. Todavia, existem muitas idéias diferentes sobre o modo de construção.
    O primeiro relato da construção das pirâmides, neste caso da Grande Pirâmide de Gizeh, foi feito pelo historiador grego Heródoto (484?-425 a.C.) – chamado “pai da história”. Segundo Heródoto, esta pirâmide teria levado 20 anos para ser construída, por 100.000 escravos, com o uso de máquinas mecânicas; dizia que eles usaram “guindastes” de madeira (fundamentando-se no princípio das alavancas), em conformidade com a técnica que os egípcios antigos usavam para levantar obeliscos de centenas de toneladas. Hoje em dia, acredita-se que boa parte do relato de Heródoto seja impreciso, até porque ele visitou o Egito mais de 20 séculos depois da construção daquela pirâmide.
    As pirâmides eram, em sua maior parte, construídas de blocos de calcário retirados de pedreiras a vários quilômetros de distância. Uma vez cortados, os blocos eram transportados em trenós puxados por animais, em cima de “pistas” cobertas com barro para diminuir o atrito.
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E como os blocos eram posicionados na estrutura da pirâmide? Heródoto acreditava que dispositivos mecânicos (alavancas, roldanas, etc) eram usados para levantar os blocos em conjunto com andaimes de madeira. Mais tarde, outro estudioso grego, Diodorus Siculus, sugeriu que grandes rampas teriam sido utilizadas, ao longo dos quais os blocos seriam puxados. Muito provavelmente, os pesados blocos eram colocados sobre trenós de madeira e arrastados sobre uma longa rampa. Enquanto a pirâmide ficava mais alta, a rampa ficava mais longa, para manter o nível de inclinação igual.
    Atualmente, acredita-se que combinações dos dois métodos tenham sido utilizadas, variando de acordo com a pirâmide em questão. Sabe-se que as rampas realmente eram empregadas, já que restos destas estruturas (em alguns casos, até rampas completas) foram encontradas em vários locais. Vestígios de rampas foram descobertos junto à pirâmide de Meidum. Os indícios encontrados mostram também que diferentes estilos de rampas eram usados, de acordo com a necessidade (a rampa poderia ser reta ou envolvia a pirâmide, como uma escada em espiral). Vários estilos, lineares e espirais, foram propostos por diferentes estudiosos. Os dispositivos propostos por Hérodoto poderiam ser usados apenas no deslocamento de peças menores e não dos blocos principais.
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                           Dois sistemas de rampas
Ao contrário do que muitos pensam, sabe-se hoje que as pirâmides não foram construídas por escravos. É improvável que os egípcios tivessem escravos naquela época, pois sua sociedade era basicamente composta por camponeses. Estima-se que aproximadamente 5.000 trabalhadores especializados trabalhavam ao longo do ano, apoiados por mais 20.000 trabalhadores temporários que trabalhavam apenas alguns meses por ano. Muitos desses eram provavelmente agricultores que ficavam ociosos durante três meses do ano em função das cheias do rio Nilo. Alguns registros mostram que as pessoas que trabalharam nas pirâmides foram pagas com uma bebida que é a origem da nossa cerveja. O empenho que demonstravam na construção das pirâmides pode ser explicado pelo fato de que acreditavam que o faraó era um deus e ajudar a construir o seu túmulo era, antes de tudo, uma honra.
    Além dos camponeses que executavam um trabalho puramente braçal, havia muito mais pessoas com habilidades específicas envolvidas no empreendimento. A enorme demanda de pedras exigia especialistas na tarefa de extraí-las, os quais trabalhavam em turmas. Eles pintavam nas pedras, com ocre vermelho, o nome de suas turmas. Turma da Pirâmide de Degraus, Turma Vigorosa, Turma do Norte, Turma do Sul e Turma do Cetro, por exemplo, são alguns dos nomes encontrados nas pedras de revestimento da pirâmide de Meidum. Na Grande Pirâmide pode-se ler em um dos blocos: Turma dos Artesãos. Quão poderosa é a Coroa Branca de Khnum Khufu!. Embora a maioria da força-tarefa envolvida com o deslocamento das pedras só entrasse em ação quando não havia o que fazer nos campos, os demais operários estavam permanentemente dedicados ao seu trabalho, seja nas pedreiras, seja no monumento em si. A oeste da pirâmide de Kéfren foram desenterrados alojamentos para 4000 homens, cifra que talvez represente o número total de operários permanentes, e as ferramentas lá encontradas sugerem que se destinavam a abrigar os trabalhadores das pirâmides.
    A atividade de exploração das pedreiras era intensa, tendo em vista a enorme quantidade de material necessário para erguer monumentos tão grandes. Entretanto, os antigos egípcios dispunham de pouca coisa além de serras e cinzéis de cobre primitivos para realizar o trabalho. Ainda que primitivas, as ferramentas encontradas por arqueólogos, e datadas de tempos tão antigos quanto a Ia dinastia, mostraram-se capazes de cortar qualquer tipo de pedra calcária. Seja como for, eles devem ter desenvolvido técnicas especiais para extração dos blocos. A pedra calcária de qualidade inferior e mais maleável podia ser manuseada facilmente a céu aberto, pois encontra-se na superfície. Por outro lado, na obtenção do granito e do calcário de excelente qualidade de Tura era necessário construir túneis. Provavelmente a aplicação de calor e água facilitava o trabalho. Cunhas de madeira – informa o egiptólogo James Putnam – eram enfiadas em fendas na pedra e então ensopadas de água, fazendo com que se expandissem e rachassem a pedra. Os blocos eram então esquadrejados com o emprego de cinzéis e malhos. Serras de cobre também eram usadas, talvez com lascas de pedras preciosas para ajudar no talhe. Para trabalhar o granito tinham que golpeá-lo com esferas de uma pedra ainda mais dura chamada dolerito.
    Um dos maiores desafios era, sem dúvida, o transporte dos enormes blocos. As pedras do revestimento da Grande Pirâmide pesam, em média, duas toneladas e meia cada uma, e algumas delas chegam a pesar 15 toneladas, mas as lajes de granito do teto da câmara mortuária da Grande Pirâmide pesam 50 toneladas e, se você ainda acha que é pouco, saiba que algumas das pedras mais pesadas encontradas no templo mortuário de Miquerinos pesam cerca de 200 toneladas! E não podemos esquecer que mesmo as “menores” dessa lista tinham que ser transportadas das pedreiras pelo rio Nilo, embarcadas e desembarcadas de balsas e elevadas a alturas consideráveis com relação ao solo. Navegar com esses megálitos exigia um perfeito controle de enormes e pesadíssimas balsas lotadas, em um rio de correnteza rápida e com bancos de areia em alguns trechos, sem dúvida uma operação arriscada que requeria grande habilidade. No transporte por terra provavelmente usavam o mesmo método, qualquer que fosse o tamanho da pedra: o arraste. Apenas a quantidade de homens variava conforme o peso a deslocar.
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SEQÜÊNCIA DO TRABALHO DE CONSTRUÇÃO – Encontrado o local, removia-se a grossa camada superficial de areia e cascalho, para que o monumento assentasse sobre um firme alicerce rochoso. Começava então o nivelamento e alisamento da rocha. A precisão com que se realizava tal trabalho é demonstrada pela Grande Pirâmide, na qual o perímetro da base tem um pequeno desvio de pouco mais de meia polegada com relação ao que seria um nivelamento absoluto. O emprego de canais na irrigação dos campos, desde muito antes da era das pirâmides, ensinou a gerações de egípcios as técnicas de nivelamento. Para nivelar uma área como a base de uma pirâmide – esclarece o egiptólogo I. E. S. Edwards – deve ter sido necessário rodeá-la pelos quatro lados com montículos baixos de lodo do Nilo, preencher o fosso assim formado com água e cortar uma rede de regos na rocha, de tal maneira que o piso de cada sulco ficasse a uma mesma profundidade com relação à superfície da água; os espaços intermediários podiam, então, ser nivelados após a água ter sido liberada. Em outras palavras: enchia-se de água uma rede de sulcos escavados na rocha em toda a extensão das fundações e marcava-se na pedra as linhas da superfície da água; secavam-se os sulcos; talhavam-se as pedras que excedessem o nível marcado e enchia-se os espaços vazios com pedras. Na prática efetiva – esclarece ainda I. E. S. Edwards – a área total coberta pela pirâmide não era sempre reduzida ao mesmo nível do perímetro; como mostra a Grande Pirâmide, um monte de rocha podia ser deixado no centro para ser usado em estágio posterior do trabalho de construção.
    A última das preliminares consistia em fazer uma acurada medição para que a base da pirâmide formasse um quadrado perfeito e cada um de seus lados estivesse orientado para um dos quatro pontos cardeais. A unidade de medida era o cúbito real, equivalente a cerca de 52 centímetros. Cordas de medição – prossegue I. E. S. Edwards – eram feitas com fibras de palmeira ou de linho, sendo que ambas certamente se esticavam quando usadas; portanto, é altamente surpreendente que possa haver uma diferença de apenas 20 centímetros entre os comprimentos dos lados maior e menor da Grande Pirâmide – na realidade, parece notável que em lados que excedem 22.860 centímetros de extensão possa ter ocorrido um erro tão pequeno, especialmente quando nos lembramos de que o monte central de rocha teria tornado impraticável qualquer medição da diagonal para verificar a precisão do quadrado.
    A orientação exata das pirâmides com relação aos pontos cardeais só pode ter sido obtida com a ajuda de um ou mais dos corpos celestes, uma vez que a bússola era desconhecida dos antigos egípcios. Não foi possível determinar com exatidão quantos ou quais dos corpos celestes eram empregados nesse processo, mas é lógico que bastava estabelecer a orientação de um dos lados, já que a dos demais se fixava naturalmente com o uso de um esquadro. Outras construções da mesma época, cujos cantos formam ângulos retos perfeitos, demonstram que esse último instrumental existia.
    Ao mesmo tempo em que os trabalhos preparatórios ocorriam no local do monumento, os alicerces da calçada iam sendo assentados. Já que cada pirâmide dispunha de uma calçada que a ligava ao Nilo, a qual se destinava à passagem do cortejo fúnebre, esse era também um caminho conveniente para que nele se arrastasse uma espécie de trenó contendo os enormes blocos de pedra e, portanto, a base da calçada deveria estar concluída antes da edificação da pirâmide.
    As calçadas eram caminhos pavimentados e ladeados por muros altos e espessos, de tijolos ou pedras, às vezes cobertos com lajes de pedra, que ligavam o templo do vale ao templo situado junto à pirâmide principal. Em alguns casos as paredes internas desses corredores estavam decoradas com cenas esculpidas em baixo relevo e podia haver, também, estátuas do faraó postadas a intervalos regulares em nichos existentes nestas mesmas paredes.
    Do muro que, com certeza, rodeava a pirâmide de Kéops, nada restou. Resta apenas parte do pavimento em pedra calcária que preenchia o espaço entre a pirâmide e o muro.
    Uma vez preparado o local e transportadas as pedras para junto dele, restava o trabalho da construção propriamente dita. E as tarefas não eram simples: havia que elevar os blocos a alturas consideráveis e assentá-los de maneira a criar um interior coeso e uma parte externa de forma regular.
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Os pessadíssimos blocos, alguns pesando cerca de 50 toneladas, usados para revestir as câmaras e corredores internos são de granito e foram extraídos das pedreiras de Assuã, localizadas a 800 quilômetros de distância.
    Estruturas auxiliares, à guisa de andaimes, feitas de tijolos, colocadas em locais não cobertos pelas rampas, permitiriam manobrar mais facilmente as pedras usadas no revestimento. Também era necessário que as pedras fossem transformadas em blocos e recebessem acabamento de outros tantos mestres e, finalmente, homens hábeis na arte da construção acentavam os blocos com precisão. A maioria dos blocos que formavam a parte interna das pirâmides tinha pouco acabamento, mas as pedras do revestimento eram talhadas com grande precisão e ajustam-se tão perfeitamente umas às outras que as junções são quase invisíveis.
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Todo o polimento deve ter sido dado depois que as pedras foram colocadas em seus lugares definitivos. Nas proximidades da pirâmide de Kéops foram encontrados enormes depósitos de lascas de pedra calcária provenientes do trabalho executado com os blocos. Estimou-se que a pedra acumulada em tais depósitos equivale em volume a mais da metade do volume das pirâmides. Outro fator que causa grande admiração é o espaço de 5mm dado para permitir a colocação de uma cola para selar e manter as pedras unidas, essa cola era uma espécie de cimento branco que não permitia a entrada de água. E nos dias atuais se encontra intacto, e é tão ou mais resistente que as pedras que as une.
    Com o acréscimo de cada carreira sucessiva de alvenaria, a rampa podia ser elevada e também estendida, de molde a que o gradiente se mantivesse inalterado. Finalmente, quando a parede tivesse sido erguida até a sua altura total, a rampa podia ser desmontada e as faces externas das pedras, que não haviam sido polidas previamente, podiam ser revestidas camada por camada, de cima para baixo, à medida em que o nível da rampa era reduzido.
    Convém lembrar que um pequeníssimo erro no ângulo de inclinação de uma pirâmide resultaria num desalinhamento considerável das arestas do vértice.
    O último passo consistia em aplicar o revestimento final com a pedra calcária de qualidade superior extraída em Tura. Tratava-se de uma operação bastante delicada, pois dela dependia todo o aspecto externo do monumento e a manutenção da sua forma piramidal.
    Por fim, uma pedra triangular, geralmente de granito, era assentada no ápice da pirâmide. Para fixá-la com firmeza, esculpia-se no centro de sua base uma protuberância em forma de disco que se ajustava num encaixe preparado para recebê-la, localizado no centro da última camada de alvenaria do monumento. O mesmo método empregado para assentar as demais pedras deve ter sido usado para ajustar esta última. Embora exista um texto que se refira a uma de tais pedras como revestida de ouro, a mais valiosa encontrada até hoje é feita de granito cinza e pertencia à pirâmide de Amenemhet III, localizada em Dahshur. Suas quatro faces estão esculpidas com invocações dirigidas ao deus-Sol e a três outras divindades.
    Terminada a construção do monumento, iniciava-se o polimento de suas quatro faces, iniciando-se pela pedra triangular do topo. À medida em que o trabalho prosseguia, a rampa e as estruturas auxiliares iam sendo desmontadas e a pirâmide começava a surgir em todo o seu esplendor.
    Finalmente, os construtores dedicavam-se à edificação do templo mortuário, do templo do vale e da calçada que os unia, sendo que alguns deles talvez já tivessem tido seus alicerces assentados antes que a construção da pirâmide fosse iniciada.
    Após o sepultamento do faraó sua pirâmide era lacrada para sempre. Ao comum dos mortais era proibido entrar no recinto que circundava o monumento, bem como na parte mais íntima do templo funerário. Só os sacerdotes responsáveis pelos ritos estavam autorizados a penetrar ali.
    É comum encontrar-se ao lado das principais pirâmides, uma ou mais pirâmides menores chamadas subsidiárias ou secundárias. Supõem os arqueólogos que algumas se destinavam ao sepultamento das rainhas. Outras, entretanto, provavelmente não teriam tal finalidade, mas sim visavam sepultar as vísceras dos faraós, as quais eram retiradas dos corpos durante o processo de mumificação e guardadas nos vasos canopos. Na maioria dos casos o complexo piramidal era formado por uma pirâmide principal, uma ou mais pirâmides secundárias, um templo situado junto ao vale do Nilo, na orla da área cultivável, e outro localizado junto à pirâmide e, ainda, uma calçada, também chamada de avenida, que unia os dois templos, separados entre si, às vezes, por distâncias superiores a um quilômetro. Nas proximidades de todo esse conjunto e ocupando grandes extensões, as mastabas dos membros da família reinante e dos cortesãos, simetricamente dispostas, formavam grandes cemitérios.
    Já as pirâmides da XII dinastia (1991 a 1783 a.C.) e da XIII (c. 1783 a 1640 a.C.) foram construídas com uma técnica diferente. O motivo para a alteração do método foi a necessidade de economia, uma vez que o novo processo se adequava bem às estruturas relativamente modestas da época, erguidas com materiais inferiores.

    Atualmente as pirâmides só nos transmitem um pálido reflexo do que foram, pois nos mostram apenas a sua estrutura externa formada por imensos blocos de pedra, talhados e sobrepostos em degraus. Originalmente, porém, tais blocos estavam cobertos por um revestimento uniforme de pedra calcária e, assim, cada face formava uma superfície plana e polida. Na pirâmide de Kéfren ainda hoje chama logo a atenção a permanência em seu topo de boa parte desse revestimento de pedras calcárias. De modo geral elas comportavam em seu interior uma câmara mortuária contendo um sarcófago de pedra dura.

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Reconstrução computadorizada da Grande Pirâmide
As faces da pirâmide brilhavam com a luz do Sol e os egípcios lhe deram o nome de Akhet Khufu, Resplandecente é Kéops, ou Akhuit, A Resplandecente. Também chamavam-na de A Pirâmide que é o Lugar do Nascer e do Pôr do Sol. Ela foi construída com blocos de pedra calcárea, sendo que a camada externa das pirâmides foi revestida com uma camada protetora de blocos de pedra calcárea compacta, polidas, de cor branca bem semelhante ao mármore. A pedra calcárea é superior ao mármore em durabilidade e resistência aos elementos externos. Essas pedras de revestimento tão admirável,já não existem mais, pois foram roubadas a cerca de 600 anos atrás, após um terremoto que fez com que parte delas se desprendesse. Atualmente sua aparência é muito desgastada. O brilho dessas pedras era distinto e podia ser visto a centenas de quilômetros de distância, das montanhas de Israel era possível ver o brilho magnífico.
    Uma grande quantidade de estudo e planejamento - afirma o egiptólogo James Putnam – deve ter sido necessária antes de que qualquer construção tomasse forma. Esboços encontrados de outros monumentos sugerem que eles devem ter feito plantas e existem modelos em pedra calcária de diversas pirâmides, os quais podem ter sido auxiliares do projeto arquitetônico.
    Na realidade não existem registros escritos que expliquem como as pirâmides foram construídas e, portanto, tudo o que se diga a respeito não passa de especulação, ainda que baseada em indícios. Não foram encontrados registros pictóricos ou textuais que expliquem como as pirâmides foram planejadas e construídas. Embora os egípcios tenham sido muito cuidadosos registrando tudo o que fizeram – cada rei que tiveram, cada guerra que lutaram e cada estrutura que ergueram -, não há nada sobre a construção das pirâmides. No Egito os conhecimentos referentes à medicina, astronomia, astrologia, matemática, escrita, religião, filosofia, etc., não eram totalmente acessíveis a qualquer pessoa, mas eram resguardados, pelo menos parcialmente, pela tradição dos mistérios aos iniciados em suas práticas.
    O estudo detalhado dos monumentos e o conhecimento crescente dos meios disponíveis na época, através de descobertas arqueológicas, tornaram possível determinar muitos detalhes construtivos. Várias questões, entretanto, continuam sem solução e, nesses casos, as respostas sugeridas baseiam-se apenas na crença de que através dos meios propostos poderiam ser atingidos os resultados que são observados hoje em dia.
      Além da visão clássica do problema, várias tentativas de explicações alternativas têm surgido ao longo dos tempos.
 

    AS TEORIAS ALTERNATIVAS

    Para muitos, o conhecimento obtido a partir dos estudos arqueológicos das pirâmides sobreviventes não parece ser convincente e inúmeras teorias mais criativas foram sugeridas ao longo dos anos. As variações destas teorias são tantas que apenas alguns exemplos mais representativos serão abordados neste artigo.
    Estas teorias, em geral, baseiam-se na idéia de que os verdadeiros construtores das pirâmides foram extraterrestres ou membros de civilizações perdidas (como Atlântida). As justificativas empregadas pelos defensores destas teorias, dos quais os mais famosos são Erich Von Daniken e Zecharia Sitchin, incluem uma suposta impossibilidade de se construir aquelas estruturas com a tecnologia egípcia da época e a suposta existência de relações misteriosas entre as dimensões da Grande Pirâmide e constantes físicas ou matemáticas desconhecidas pelos egípicios.
    As teorias de Von Daniken, Sitchin e outros baseam-se principalmente em interpretações discutíveis de mitos antigos e não são levadas a sério pelos arqueólogos. Von Daniken acredita que a Terra tenha sido visitada regularmente por alienígenas, que seriam os deuses mencionados nos mitos e lendas de várias civilizações antigas. Sitchin defende uma teoria de que a raça humana (Homo sapiens) teria sido criada por engenharia genética através da combinação do DNA do Homo erectus com o DNA de uma raça alienígena habitante de um planeta ainda não descoberto no Sistema Solar. Esta raça teria criado o homem para trabalhar como escravo na mineração de ouro na Terra, eventualmente abandonando nosso planeta e deixando nossa raça para trás.
    Outro nome de destaque neste campo é o de Edgar Cayce, que sustentava a teoria de que as pirâmides haviam sido construídas pelos habitantes de Atlântida. Segundo Cayce, os “atlanteanos” teriam migrado para o Egito por volta de 10.000 a.C., levando com eles as crônicas dos 40.000 anos de história de sua civilização. Estas crônicas estariam guardadas em uma pirâmide subterrânea ainda não descoberta, perto da Esfinge. As teorias de Cayce podem ser encontradas em um livro escrito por seu filho, “Mysteries of Atlantis Revisited“.
 

        PORQUE FORAM CONSTRUÍDAS

 
    Para os egípcios, a pirâmide representava os raios do sol, brilhando em direção à terra. Todas as pirâmides do Egito foram construídas na margem oeste do rio Nilo, na direção do sol poente. Os egípcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirâmide, ele se elevaria e se juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses.

    Os escritores da escola esotérica afirmam que a razão principal para construção da Grande Pirâmide não foi servir de túmulo para um faraó, mas sim enunciar, de forma sólida e tridimensional, os conceitos descritos no Livro dos Mortos. Segundo eles, o monumento deveria servir de local onde os indivíduos responsáveis pela sobrevivência, de forma viva e pura, de tais conceitos, ou seja, os iniciados, pudessem ter o seu treinamento, suas provas e sua passagem à categoria de adeptos. Levando em conta que a escrita egípcia pode ser interpretada de várias maneiras, essa corrente de pensamento considera que as marcas encontradas na Câmara do Rei da Grande Pirâmide e interpretadas como sendo o nome de Khufu/Kéops podem ser lidas também como khu, isto é, o espírito ou a inteligência espiritual. As marcas na pedra não seriam o nome do rei, mas sim o nome da área dentro da pirâmide que representava o espírito.
    Diversas sociedades que reivindicam a herança esotérica egípcia, entre as quais se incluem os maçons, os rosa-cruzes e os teosofistas, acreditam que o sistema de câmaras e corredores da Grande Pirâmide eram centros iniciáticos e locais destinados à realização de mistérios sagrados. A fundadora da escola teosófica, Madame Blavatsky, afirma que a forma externa daquela pirâmide é “o princípio criativo da natureza e ilustra também os princípios da geometria, matemática, astronomia e astrologia“. O interior, por sua vez, diz ela, é “um templo de iniciação no qual o homem ascende em direção aos deuses e os deuses descem em direção ao homem“. Embora tais teorias sejam de difícil comprovação, a verdade é que muitas sociedades esotéricas modernas realizam cerimônias de iniciação bastante similares a diversas práticas egípcias descritas no Livro dos Mortos. Muitas pessoas já passaram uma noite totalmente sós dentro da pirâmide de Kéops e saíram narrando terem vivido experiências estranhas. Conta a lenda que Napoleão passou uma noite na câmara do rei e de lá saiu branco e trêmulo e jamais revelou o que ocorrera.
    Há quem diga que a Grande Pirâmide já era um monumento antigo na época de Kéops. A chamada Estela do Inventário contém uma inscrição obscura que afirma que a Grande Pirâmide já existia quando se passa a história ali documentada. Segundo o relato, Kéops construiu sua pirâmide junto da Grande Pirâmide, na época conhecida como “o templo da deusa Ísis”. Depois construiu outra pirâmide para a filha, igualmente junto ao templo. Se verdadeiro o relato, isso poderia indicar, inclusive, que os faraós Kéfren e Miquerinos não construíram as pirâmides a eles atribuídas, mas apenas assumiram as pirâmides de Kéops e de sua filha, respectivamente.
    Baseados na contradição entre a quantidade de conhecimentos matemáticos, geométricos e astronômicos necessários para edificar as pirâmides e algumas opiniões de que os conhecimentos dos antigos egípcios nessas áreas era pequeno, e com base ainda nas dificuldades práticas para realização da tarefa, já foi dito que embora as pirâmides estejam no Egito, isso não significa que sejam do Egito. O que se quis dizer com isso é que teria havido na construção das pirâmides a influência de seres com conhecimentos superiores, os quais seriam os verdadeiros responsáveis pela obra. Dentro dessa linha de raciocínio argumenta-se que a Grande Pirâmide foi edificada por uma civilização ainda mais antiga, com o objetivo de documentar seus conhecimentos e apresentar profecias através das quais os homens do futuro pudessem progredir no rumo da busca da sabedoria universal. Um historiador árabe de nome Masoudi, que viveu por volta do ano 900 da nossa era, chegou mesmo a afirmar que viu velhos documentos que atestavam que a pirâmide dita de Kéops era um monumento cuidadosamente planejado e construído para representar as leis básicas da natureza, inclusive um código de sabedoria dos antigos.
    Considerando-se como verdadeiro o fato de que no decorrer da IVa dinastia egípcia as pirâmides já eram consideradas antigas, conforme diz a Estela do Inventário, e aliando-se a isso as conclusões de Piazzi Smyth com relação aos alinhamentos das estrelas em relação à Grande Pirâmide, pode-se supor – e já houve quem o fizesse – que o alinhamento do corredor descendente com a estrela Alfa Draconis foi realizado não em 2170 a.C. e sim em 27.997 a.C., ou seja, exatamente um ciclo sideral distante de 2170 a.C…
    Ainda dentro da linha de raciocínio de que as pirâmides foram construídas por seres mais evoluídos do que os egípcios, situa-se a corrente daqueles que consideram a mítica Atlântida a origem de tais seres, ou pelo menos dos conhecimentos necessários à execução da obra.
    Em 1859, John Taylor, editor e matemático, publicou sua teoria de que a Grande Pirâmide foi construída por uma raça de invasores não egípcios, divinamente escolhida, agindo diretamente sob a direção dos Deuses.
    Na realidade, muitos acreditam ainda hoje que os antigos egípcios seriam incapazes de construir as pirâmides sem a ajuda de uma intervenção externa. O mais notório dos representantes dessa corrente é o pesquisador Erich von Daeniken, autor do livro intitulado Eram os Deuses Astronautas? , que acrescentou um ângulo novo à questão. Ele sustenta que aquilo que os antigos egípcios chamavam de deuses eram, na realidade, astronautas extraterrestres que usaram sua tecnologia superior para construir as pirâmides, que seriam túmulos desses deuses, e sinais para que outras ondas de migrações identificassem o ponto de contato.
    Teorias como essas se baseiam em evidências circunstanciais, desprezando todo o construto teórico assentado pelo acúmulo de dados historicamente reconhecidos.
    É tão difícil provar que as pirâmides foram túmulos, quanto provar que não foram e que tinham outra finalidade. Questões importantes sobre as civilizações antigas ainda precisam ser respondidas. A maior certeza que se pode ter com relação as pirâmides é que são uma das obras mais assombrosas jamais realizadas pelo homem.

AS PIRÂMIDES – Parte 2

 

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 Até o final da IIa dinastia os túmulos dos soberanos e dos nobres egípcios eram constituídos de uma câmara funerária cavada profundamente no solo, sobre a qual se erigia uma estrutura baixa, de paredes verticais, de teto achatado, com base retangular, construída com tijolos de lama cozidos ao sol, que ficaram conhecidas com o nome de mastabas. O nome mastaba foi dado a estes sepulcros em tempos modernos; a palavra é de origem árabe e significa “banco”, isso porque quando rodeadas por dunas de areia quase até a sua altura total, fazem lembrar os bancos baixos construídos na parte externa das casas egípcias atuais e nos quais os moradores sentam-se e tomam café com os amigos. Tais estruturas, no passar dos anos, evoluíram: no decorrer da IVa dinastia, muitas mastabas passaram a ser construídas de pedra e não mais de tijolos.
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A tradição de construir pirâmides começou com uma sofisticação da idéia da mastaba, que cobria a tumba real; depois foram sendo usadas várias ou “plataformas” sobrepostas.
    Por volta de 2630 a.C., a partir da estrutura básica da mastaba, o faraó Djoser, da IIIa dinastia (cujo reinado se estendeu aproximadamente entre 2630 e 2611 a.C.), encarregou seu primeiro ministro e arquiteto Imhotep – nome cuja tradução significa “Aquele que Veio em Paz”, misterioso personagem que mais tarde foi adorado como um deus (Toth) – de projetar um complexo mortuário, o qual viria a ser a primeira pirâmide em terraços. Ele ergueu um túmulo totalmente em pedra, material que até aquela época era usado apenas em partes isoladas das construções. Embora em túmulos de épocas anteriores já tivesse sido usada a pedra como elemento arquitetônico subsidiário, nenhuma construção havia anteriormente sido erigida totalmente em pedra.
    Empilhando seis mastabas em tamanho decrescente, Imhotep construiu uma pirâmide em degraus (pirâmide escalonada). Como as pirâmides mais conhecidas, continha inúmeras salas e passagens, bem como a câmara mortuária do faraó. O local escolhido foi uma extensão de terras elevadas em Saqqara, a pouca distância ao sul de Gizeh. A pirâmide de degraus do faraó Djoser é, certamente, a mais antiga estrutura de pedra talhada erguida pelo homem em todo o mundo.
PiramideEscalonada
 
 
Pirâmide escalonada do faraó Djoser
 
 

Todo o conjunto de vários pátios e construções ligados à pirâmide ocupava uma área de 545 por 277 metros, ou seja, 150.965 m² e estava cercado por um grande muro de pedra. Essa muralha maciça, com mais de 9 metros de altura perfazia um perímetro de mais de 1.600 metros. A pirâmide em si tem seis degraus e atinge a altura de cerca de 60 metros, equivalente a de um prédio de 20 andares. Foi detectado pelos escavadores que o monumento sofreu alterações no seu planejamento durante a construção e algumas delas são claramente visíveis.
    Diz a tradição que deve-se a Imhotep a transmissão da escrita hieroglífica, das ciências relativas à Medicina, Astronomia e notadamente a Arquitetura no Antigo Egito. Após cumprida a sua missão na Terra, esta “divindade” retornou à companhia dos outros deuses (O Paut-Neteru). Um antigo papiro cuja autoria é a ele atribuída diz textualmente: “No fundo, perto dos rochedos, foi enterrada uma nave celeste, esperando o tempo em que o homem precisar ser livre. E sobre esta nave celeste será erigido um marco na forma de leão, e também de homem“.
    Posteriormente, outros faraós da mesma dinastia também ergueram pirâmides em degraus, embora menos majestosas. Ao o faraó Djoser seguiram-se cerca de oito faraós.
    A região de Saqqara é a que apresenta a maior concentração de mastabas, construídas principalmente no decorrer das terceira, quinta e sexta dinastias, mas algumas também podem ser encontradas em Dahshur e outras em Gizeh. Nesta última localidade os faraós da IVa dinastia mandaram construir grandes mastabas ao redor de suas pirâmides, destinadas aos oficiais de sua confiança, geralmente seus parentes próximos.
    Durante a Va e VIa dinastias, a parte das mastabas que ficava acima do solo passou a ser enriquecida com várias câmaras e vestíbulos com colunas, sendo que todas as salas tinham suas paredes cobertas por relevos. Entre as cenas mais comumente esculpidas nas paredes estavam aquelas que mostravam criados trazendo oferendas de comida e bebida para seus amos mortos, cenas de colheita, processos de manufatura, o dono da tumba inspecionando suas propriedades ou caçando, e uma larga variedade de outros episódios intimamente associados com suas ocupações durante a vida.
 
AS PRIMEIRAS PIRÂMIDES
    A evolução para as pirâmides de paredes externas lisas não aconteceu sem problemas. Fracassos famosos incluem a “Pirâmide Torta” e a Pirâmide de Meidun, ambas atribuídas ao reinado do faraó Snefru, o primeiro faraó da IVa dinastia (2575-2551 a.C), considerado o grande desenvolvedor das pirâmides. Ele reformou uma e construiu duas: a pirâmide de Meidum, que foi iniciada pelo faraó Huni, era em degraus, que Snefru tentou transformar em uma pirâmide verdadeira através de enchimentos; ela era originalmente composta por sete degraus, mais tarde aumentados para oito. Posteriormente os degraus foram cobertos de forma a criar uma superfície externa lisa, mas a cobertura desmoronou (não se sabe ao certo quando) devido à inclinação grande demais das paredes.
    Snefru mandou erguer na localidade de Dahshur uma outra pirâmide que se tornou única, entre tantas construídas, em função da forma final que acabou tendo. Inicialmente a obra fora planejada para ser uma pirâmide verdadeira. Entretanto, houve uma redução abrupta no ângulo de inclinação das suas faces externas, num ponto um tanto acima da metade da altura prevista para o monumento, o que alterou a sua forma piramidal, para qual existem duas teorias: os arquitetos teriam se assustado com o fracasso da pirâmide de Meidun ou então decidiram acabar a pirâmide mais rapidamente. O resultado final fez com que atualmente essa construção seja conhecida como “Pirâmide Torta.

PiramideTorta1PiramideTorta2

A pirâmide “Torta”, do faraó Snefru, cujo erro na escolha do local e nas fundações obrigou à mudança no ângulo das faces, de modo a diminuir-se a carga sobre a base.

Os arqueólogos têm sugerido que a pirâmide torta teria sido concluída às pressas, o que teria exigido uma redução na sua altura e explicaria seu formato, o que é corroborado pelo fato das pedras da parte superior da obra terem sido assentadas com muito menos cuidado do que as da parte inferior. Também pode ter ocorrido que o ângulo de inclinação da pirâmide tenha sido reduzido pelo arquiteto para tentar diminuir o volume imenso de esforço sobre as paredes das câmaras internas que, acredita-se, poderiam estar apresentando rachaduras durante a construção.

    A Pirâmide torta corresponde à altura de um prédio de 34 andares. Entre todas as pirâmides ainda existentes, essa é a que está externamente melhor conservada, pois nenhuma outra preserva tanto do revestimento feito com a pedra calcária da localidade de Tura. Um visível aperfeiçoamento no método de aplicação do revestimento e de colocação dos blocos deve ser a causa dessa maior durabilidade. Inédita também se apresenta essa pirâmide pelo fato de possuir duas entradas: uma em sua face norte e outra na face oeste.

    Apesar destes percalços, foi ainda no reinado de Snefru que a primeira pirâmide verdadeira bem-sucedida foi construída – a Pirâmide Vermelha, considerada a primeira pirâmide verdadeira, de faces lisas, o grande êxito de Snefru, onde ele viria a ser enterrado. Depois da Grande Pirâmide de Gizeh (que seria construída pelo filho de Snefru, Quéops), a Pirâmide Vermelha tem a maior base de todas as pirâmides do Egito, mas devido à sua menor inclinação é apenas a quarta mais alta. Seu nome comum deriva da cor do calcáreo utilizado em sua estrutura. A maior parte de sua cobertura não foi preservada, mas alguns dos pedaços que sobraram contém inscrições que permitem estimar o tempo gasto na construção da pirâmide – aproximadamente 17 anos.

    O filho de Snefru, Quéops, construiu a maior pirâmide egípcia, a grande pirâmide de Gizeh, aproveitando os conhecimentos acumulados por seu pai.
 

AS PIRÂMIDES – Parte 4

 

A PIRÂMIDE DE KÉOPS
PiramideKeops1  

    Kéops, segundo faraó da IVa dinastia, cujo reinado se estendeu de 2551 a 2528 a.C. aproximadamente, talvez influenciado pelo tamanho da pirâmide erguida por seu pai, Snefru, escolheu um planalto situado nas bordas do deserto, mais ou menos a oito quilômetros de Gizeh, e ali ergueu uma pirâmide de dimensões ainda maiores. Conhecida como a Grande Pirâmide ou Primeira Pirâmide de Gizeh, esse monumento marca o apogeu da época de tais construções, tanto no que se refere ao tamanho quanto no que se refere à qualidade do trabalho. É a maior de todas as pirâmides egípcias, com uma altura original de 146 metros, permanecendo como a mais alta estrutura construída pelo homem até a construção da Torre Eiffel em 1889. Esse é, sem dúvida, o monumento mais polêmico de toda a antiguidade egípcia e a única das Sete Maravilhas do Mundo que chegou até nossos dias. Revestida com uma cobertura de mármore (que foi desgastada e/ou removida ao longo do tempo) e com um bloco de metal brilhante (ouro ou uma mistura de ouro e prata) em seu ápice, a pirâmide de Quéops era cercada por um complexo de estruturas que incluíam pirâmides menores para suas rainhas e mastabas para os nobres de sua corte.   
Comparacao
    Próximo à pirâmide de Kéops, foi encontrada a tumba de sua mãe, a rainha Heteferes, um dos poucos templos funerários que chegaram até nossos dias sem ser saqueados.
    Nós o chamamos de Quéops porque assim a chamou Heródoto; mas também poderia ser denominada com qualquer de seus outros nomes: Saofis, segundo Erastóstenes, ou Jufu, segundo a própria pirâmide, porque o nome original da Grande Pirâmide era “O luminoso horizonte de Jufu“.
    Os canais, câmaras e corredores do interior da Grande Pirâmide a destaca entre as demais pirâmides egípcias.
    O revestimento externo também foi concebido com blocos de pedra calcárea compacta, de cor branca bem semelhante ao mármore. A pedra calcárea é superior ao mármore em durabilidade e resistência aos elementos externos. Essas pedras de revestimento tão admirável, já não existem mais, pois foram roubadas a cerca de 600 anos atrás. O brilho dessas pedras era distinto e podia ser visto a centenas de quilômetros de distância, das montanhas de Israel era possível ver o brilho magnífico. O polimento era tão perfeito que era chamada de “luminosa”, e a perfeição das juntas de pedra, que são quase invisíveis, tem causado a admiração de todos os viajantes, desde Heródoto até nossos dias.
    Após Quéops, as pirâmides continuaram a ser construídas por mais de mil anos, mas em versões mais modestas. Ao longo dos séculos seguintes, as pirâmides passaram a ser construídas de forma mais simples e padronizada. Materiais menos resistentes levaram a seu desgaste mais rápido e a maior parte se encontra em péssimo estado. Com uma menor disponibilidade de materiais e a evolução teológica da cultura egípcia, as pirâmides foram eventualmente abandonadas e substituídas por templos mortuários como os encontrados na cidade de Tebas e no Vale dos Reis, onde foi descoberta, por exemplo, a famosa tumba do faraó Tutancamon. Nota: O Vale dos Reis, ou Wadi el-Muluk em língua árabe, é um vale no Egito no qual foram construídos túmulos para os Faraós do Antigo Egito entre a 18a e a 20a dinastias.
Vale dos reis 
Vale dos Reis

    Quando Tutankamon se transformou em faraó, a Grande Pirâmide já contava com 250 anos de Antigüidade.
    Em 1798 antes da batalha das pirâmides de Gizeh em frente aos mamelucos, Napoleão Bonaparte disse às suas tropas: “Soldados, do alto destas pirâmides, quarenta séculos de história nos contemplam”.
    Diz-se que o califa Al-mamoun foi o primeiro a penetrar na Grande Pirâmide, no ano 820. Não encontrou nada em seu interior, nem corpos, tesouros, ferramentas, ou inscrições hieroglíficas em parte alguma. Tudo o que pode descobrir foi o sarcófago vazio na Câmara do Rei.
    No início de 1985 dois arquitetos franceses Gilles Dormion e Jean-Patrice Goidin. Ao examinar a enorme estrutura interna da pirâmide, notaram que diversos detalhes arquitetônicos simplesmente não faziam sentido. Alguns dos imensos blocos de pedra, por exemplo, foram colocados verticalmente, e não em sentido horizontal como os outros. As anomalias estruturais, deduziram os franceses, eram indícios de câmaras ocultas e ainda inexploradas, no interior da pirâmide.
    Após inúmeras visitas exploratórias às galerias internas, eles retornam em agosto de 1986 com um microgravímetro, um sofisticado aparelho capaz de registrar vazios de densidade, ou cavidades no interior da pirâmide. E, por trás das paredes de uma galeria que levava a um aposento conhecido como Câmara da Rainha, o aparelho detectou os vazios previstos pelos arquitetos. Encorajados por esse resultado, os dois conseguiram permissão do governo egípcio para perfurar a antiga parede de calcário.
    Durante dias, os arquitetos e seus auxiliares trabalharam nos apertados corredores da pirâmide, perfurando cerca de dois metros em três locais diferentes. Mas tudo que descobriram foram bolsões de areia cristalina. O microgravímetro podia indicar a presença de cavidades na estrutura da pirâmide, mas não era capaz de determinar sua localização exata. As câmaras secretas, se existem, permaneceram ocultas. A Grande Pirâmide frustrara mais uma tentativa no longo e fascinante esforço de solução de seus perenes enigmas.
 
    MEDIDAS DA GRANDE PIRÂMIDE 


 
    Na verdade, a quantidade de pedra talhada que foi usada para erguer a pirâmide de Kéops não pode ser computada com exatidão, pois o centro de seu interior consiste de um núcleo de rochas cujo tamanho não pode ser determinado com precisão. Todavia, estima-se que quando pronta e intacta devia ser formada por 2 milhões e 300 mil blocos de pedra. O peso total do monumento tem sido avaliado em 5.273.834 toneladas. Sua parte interna foi erguida com a rocha de qualidade inferior que se encontra normalmente naquelas vizinhanças e todo seu revestimento foi feito com a pedra calcária branca de excelente qualidade da região de Tura, localidade perto do Cairo.


 
    A ESTRUTURA DA GRANDE PIRÂMIDE – A estrutura da Grande Pirâmide difere das demais.


 



    A entrada da Grande Pirâmide, naturalmente fechada há muito tempo, situa-se no centro da face norte, aproximadamente a 16,5 metros do solo medidos verticalmente em relação ao solo, e não está exatamente no meio da parede, mas sim deslocada cerca de 7 metros para leste do centro,. A entrada usada hoje foi aberta na face norte pelo Califa Al Mamoun e seus homens, em 820 da nossa era.

    A partir da entrada, um corredor descendente, com um metro de largura por um metro e 20 centímetros de altura, penetra num ângulo de 26° através da estrutura do monumento e depois pelo solo rochoso. A uma distância de aproximadamente 105 metros da entrada torna-se plano e continua horizontalmente por mais quase 9 metros antes de desembocar numa câmara. Essa encontra-se a 30 metros abaixo do nível do solo, ficou inacabada, e em seu piso existe uma cova quadrada que parece ser o início de um trabalho destinado a aprofundar o compartimento. Na parede sul da câmara, no lado oposto à entrada, existe uma passagem sem saída cavada rusticamente na rocha e que ficou inacabada. Os arqueólogos supõem que essa passagem iria levar a uma outra câmara que nunca foi construída. Ao que parece os planos mudaram e a escavação subterrânea foi abandonada.

    Existem três passagens dentro da Grande Pirâmide, levando às três câmaras. A maioria das pirâmides tem apenas uma câmara mortuária subterrânea, mas enquanto a pirâmide ia ficando cada vez mais alta, provavelmente os construtores mudaram de idéia, duas vezes.

    O corredor ascendente tem aproximadamente 39 metros de comprimento, sendo que sua largura e altura são iguais às do corredor descendente e seu ângulo de inclinação é de 26° 2′ 30″. É revestido de calcário branco muito polido em toda a sua extensão, terminando num cruzamento. Logo após a entrada há três grandes blocos de granito vermelho, com 1,82 metro cada, colocados um após o outro, que vedavam totalmente a passagem e deveriam funcionar como obstáculos para quem, eventualmente, descobrisse a entrada do corredor.
    Indícios como a falta de acabamento do piso e outros, apontam para a probabilidade de que a Câmara da Rainha não tenha sido terminada. Os arqueólogos acreditam que nesse ponto dos trabalhos os egípcios mudaram seus planos mais uma vez [A câmara do meio foi chamada Câmara da Rainha por acidente. A Rainha realmente foi enterrada numa pirâmide muito menor, ao lado da pirâmide de Kufu]. Iniciaram, então, a construção da Grande Galeria, que é uma continuação do corredor ascendente. Ela tem 46,63 metros de comprimento e 8,53 metros de altura.
    Do ponto de convergência entre o corredor ascendente, a passagem que leva à Câmara da Rainha e a Grande Galeria, há cerca de 18,30 metros da entrada, parte um poço estreito que desce não só pelo interior da pirâmide, mas também pelo solo rochoso, primeiro perpendicularmente e depois obliquamente em direção ao corredor descendente, no qual desemboca em sua parede oeste. A função desse poço parece ter sido oferecer uma rota de fuga para os operários que tiveram a missão de obstruir o corredor ascendente após a realização do sepultamento funeral (se é que houve algum!). A entrada desse corredor foi tampada com uma laje de pedra calcária tornando-a praticamente invisível.
    A Grande Galeria tem um comprimento de 47 metros e uma altura de 8,5 metros, com três portas elevadiças de granito vermelho.
    A Câmara do Rei é totalmente de granito. Mede 10,46 metros por 5,23 metros e tem altura de 5,81 metros.
    Junto à parede oeste da Câmara do Rei – situado num ponto bem alto da pirâmide – encontra-se um sarcófago retangular e sem tampa, feito de granito vermelho e também está orientado com as direções da bússola, totalmente sem inscrições, que provavelmente deve ter recebido um dia o corpo do faraó encerrado em um ataúde de madeira. Entretanto, os pesquisadores encontraram-no vazio. A aparência do sarcófago é grosseira, sendo que muitas das ranhuras provocadas pela serra que o desbastou ainda estão claramente visíveis. Surpreendentemente, o sarcófago é maior do que a entrada da câmara. Só pode ter sido colocado lá enquanto a construção progredia, um fato que evidencia a complexidade do projeto e como tudo foi cuidadosamente calculado.
    Conforme o Papiro de Turim, a estrutura completa foi construída em aproximadamente 23 anos. Outras fontes indicam que a construção se desenvolveu durante 30 anos, sendo que 10 deles foram gastos na construção da estrada por onde os blocos de pedra foram arrastados, na preparação dos compartimentos subterrâneos do terreno onde os blocos foram colocados, e na construção das estruturas de uma mini-cidade para os operários.
    Os dois milhões e meio de blocos da construção, cada qual pesando em média duas toneladas e meia, foram transportados ao longo de 2.000 km, desde as pedreiras onde os extraíam até o lugar da construção. Ela é toda feita de pedra e seu interior não foi preenchido com terra, como as da América Central.
    Ninguém sabe o que aconteceu ao corpo do faraó que, supostamente, teria sido enterrado na Grande Pirâmide ou aos tesouros enterrados com ele. A pirâmide foi roubada há alguns milhares de anos. Apesar das complicadas medidas de segurança, como sistemas de bloqueio com pedregulhos e grades de granito, todas as pirâmides do Antigo Império foram profanadas e roubadas possivelmente antes de 2.000 a.C. Na verdade, todos os reis do Egito foram vítimas de ladrões de túmulos, exceto um, chamado Tutankamon, ou Rei Tut Ankh Âmon. Os tesouros de ouro da tumba de Tutankamon foram descobertos em 1922 e continuam a impressionar o mundo, ainda hoje. Tutankamon não foi um rei de grande poder e morreu jovem, então podemos apenas imaginar os fantásticos tesouros que um regente poderoso como Kufu (Quéops) deveria ter enterrado na sua câmara.
    Existem valas aos pés das pirâmides, as quais continham botes desmontados: parte integral da vida no Nilo sendo considerados fundamentais na vida após a morte, porque os egípcios acreditavam que o defunto rei navegaria pelo céu junto ao venerado Rei Sol.
 
    Muitos arquitetos e engenheiros que estudaram a pirâmide concordam que, com toda a tecnologia de hoje, teríamos dificuldades imensas em construir uma réplica igual; e se usássemos os mesmos supostos materiais da época acredita-se ser uma tarefa inviável. Todavia, em 1994, um grupo de arqueólogos coordenado pelo egiptólogo Dr. Mark Lehner e o mestre-de-obras Roger Hopkins tentou construir uma réplica da pirâmide, sem usar a tecnologia moderna, nem mesmo a roda, mas seguindo uma escala proporcional de tamanho, tempo e número de operários 40 vezes menor. Para surpresa geral, as pedras foram se encaixando com precisão milimétrica e a construção progrediu; O que frustrou o sucesso da empreitada foi o tempo. Não deu. Se a equipe dispusesse de alguns dias a mais, além dos 45 dias determinados, teria construído uma Grande Pirâmide em escala; todavia, conseguiram construir uma pirâmide 24 vezes menor; isso resultaria justamente nos 10m que faltam ao cume da Grande Pirâmide. Foram consultados os relatos de Heródoto sobre como os egípcios lhe contaram que haviam sido feitas as pirâmides, no passado remoto. O sistema utilizado para erguer as pedras foi uma combinação da rampa com as alavancas. Tudo como se supõe ter sido. Ao concluir a construção, Lehner disse: “Quanto mais construíamos da pirâmide, melhor o fazíamos e mais coisas aprendíamos. Onde testamos as ferramentas e técnicas da Antigüidade não conseguimos obter melhores resultados… certamente devido à falta de prática e não porque tenhamos perdido alguma misteriosa tecnologia“.
   
    ENIGMAS DA GRANDE PIRÂMIDE
 
    Os lados da pirâmide, em sua base, medem aproximadamente 230 metros cada um (A base é notavelmente horizontal: a maior diferença não alcança a 0,021 m, algo em torno de 2cm, o que é incrivelmente pequeno!) e estão orientados quase que perfeitamente em linha com os quatro pontos cardeais apresentando somente 0.015% de margem de erro (um erro de apenas 4′ 35″ em relação às coordenadas geográficas), Está muito mais próxima da exatidão que as melhores observações de Tycho Brahe, com o célebre quadrante de Uraniburg. O Observatório de Paris é o monumento equivalente em alinhamento da civilização moderna, e tem 06′ (seis minutos de grau) de desvio [o equivalente a 010 (um grau) celeste é a medida da distância da largura de um lápis com o braço estendido à frente dos olhos – um grau tem 60 minutos de grau, e nós estamos falando de um erro de 4 minutos de grau!]. – e os egípcios não conheciam a bússola! Muito provavelmente conseguiram tal precisão observando o nascer e o ocaso de uma estrela setentrional e determinando os pontos cardeais norte e sul através de medições feitas com um prumo. Isso mostra como os antigos egípcios estavam avançados na matemática e na engenharia, numa época em que muitos povos do mundo ainda eram caçadores e andarilhos. É um tanto embaraçoso verificarmos este fato a respeito de uma astronomia até mesmo mais avançada que a praticada nos séc. XV, XVI e XVII, realizada por observações diretas e não instrumentalizada.





    ( 1 ) TYCHO BRAHE (Escandia, província da Dinamarca – 13 dez. 1546 – 1601). Adido da corte por Rodolfo, rei da Hungria. Frederico II lhe confiou a cátedra de astronomia em Copenhague e o cumulou de favores e lhe doou a ilha Stelborg e Hvens, na Dinamarca, onde instalou seus incríveis e gigantescos observatórios “Uranienburg” (Castelo do Céu) e “Sternenburg” (Castelo das Estrelas), onde pôde realizar observações cerca de 50 vezes mais precisas que seus antecessores. A qualidade de suas observações (com uma precisão superior no registro do movimento dos Planetas) foi crucial para o desenvolvimento da astronomia. Brahe era muito preciso em suas observações.
 

    O reflexo das sombras da Grande Pirâmide acusam com uma exatidão cronométrica os pontos essenciais do ano solar, dando as datas precisas dos equinócios de primavera e outono e os solstícios de inverno e verão, e isso também significa que os quatro cantos do monumento são ângulos retos quase perfeitos [as esquinas diferem menos de um grau do ângulo reto (ou seja, 90º )].

    Destacamos também o fato de que as quatro faces da Pirâmide são ligeiramente encurvadas ou côncavas, não se pode perceber este detalhe quando se olha para cima. Verificou-se isto por volta de 1940, por um piloto que fazia aerofotografias para conferir medições. O raio dessa inclinação é igual ao raio da Terra. Todos aqueles blocos de pedra teriam sido deliberadamente inclinados e entalhados com exatidão da curvatura da Terra? Para quê uma precisão tão grande se nem o olho humano pode percebê-la?

    A Grande Pirâmide divide as massas de terra em quadrantes aproximadamente iguais, e a terra e as águas em hemisférios equivalentes, em outras palavras, ela está no centro da superfície terrestre (o “umbigo do mundo”), em outras palavras, ela separa a maior parte da superfície de terra do planeta da maior parte da superfície de oceano, exatamente sobre o paralelo 300 N (que percorre a mais extensa superfície continental). Sua construção deu-se exatamente no ponto que corresponde ao centro da massa terrestre, o eixo Leste-Oeste corresponde ao paralelo mais longo que atravessa a Terra, isto quer dizer que passa pela África, Ásia e América. O meridiano mais longo que atravessa a Ásia, África, Europa e a Antártica também passa através da Pirâmide. Existe na Terra uma área suficiente de terrenos para oferecer 3 bilhões de possíveis locais para a construção das Pirâmides acredita-se que as chances de uma escolha não intencional são de 1 para 3 bilhões.

    Se dermos crédito ao que alguns cientistas afirmam, na Grande Pirâmide estão registrados dados surpreendentes como a lei de variação da obliqüidade da eclíptica, a lei de variação da constante de gravidade sobre a superfície da terra, a distância exata do sol, a lei das variações periódicas das estações e da freqüência dos terremotos, a medida do ano solar, a medida do ano sideral e do ano anomalístico, as leis da precessão dos equinócios e a variação de longitude do periélio, etc. Uma boa análise destas teorias pode ser encontrada no livro “Fads and Fallacies in the Name of Science“, de Martin Gardner, que explica que qualquer estrutura complexa como a Grande Pirâmide fornece uma quantidade tão grande de medidas que, com um pouco de paciência, é sempre possível encontrar estas coincidências. Além disso, as medidas originais da Grande Pirâmide não são conhecidas com exatidão, bem como as unidades de medida usadas pelos egípcios, e diferentes pesquisadores apresentam diferentes valores. E os dados científicos aos quais elas são comparadas também fornecem múltiplas oportunidades. Por exemplo, a distância da Terra ao Sol não é constante, então podemos usar o menor valor, o maior valor, a média, o valor em uma determinada data simbólica, etc.

    Outro dado curioso: tomando-se o perímetro da base da pirâmide e dividindo-o por 2, multiplicando pela sua altura, chegamos ao número pi (3,14159…) até o 15o dígito; as chances de esse fenômeno ocorrer ao acaso são quase nulas. Até o século 6 d.C., o pi havia sido calculado só até o 40 dígito! Uma vez que o conhecimento matemático dos antigos egípcios não era suficiente para que eles chegassem a resultados como esse por meio de cálculo, os estudiosos acreditam que tal precisão foi alcançada empiricamente através, por exemplo, da medição de distâncias usando-se a contagem das rotações de um objeto cilíndrico como um tambor.

    A unidade de medida egípcia era o côvado sagrado (0,63566m), o qual multiplicado por 10 milhões é a longitude do raio da Terra nos pólos. Esse côvado sagrado está dividido em 25 partes de 25,4264 mm, denominadas polegadas piramidais, ou polegada sagrada. Esse número multiplicado por 100 mil milhões equivale ao comprimento da órbita terrestre em um dia de 24 horas!

    Multiplicando-se por pi o comprimento da antecâmara do túmulo do faraó, obtemos 365,242, que é o número de dias do ano.

    A altura da pirâmide, multiplicada por um bilhão, dá a distância da Terra ao Sol. Estão também registrados na pirâmide, o peso da Terra e a medida das circunferências polares. Podem ainda ser identificados assombrosamente na Grande Pirâmide muitos outros dados matemáticos e astronômicos… São cálculos assombrosos. É como se a Grande Pirâmide fosse um grande repositório de dados, ou uma espécie de biblioteca onde os antigos que a construíram, ali gravaram conhecimentos avançadíssimos. Isso mostra como os antigos egípcios estavam avançados na matemática e na engenharia, numa época em que muitos povos do mundo ainda eram caçadores e andarilhos.

    Os exploradores perceberam também que se continuassem as linhas diagonais da base da pirâmide, o Delta do Nilo seria perfeitamente enquadrado. Perceberam também que o meridiano passa exatamente no ápice da pirâmide, cortando o Delta em duas partes iguais.

    Seria mesmo uma simples coincidência, um mero acaso que a altura da Pirâmide de Quéops, multiplicada por um milhão, corresponde aproximadamente à distância Terra-Sol, isto é, a 146.600.000 Km? E que o meridiano que passa pelo centro da pirâmide divide continentes e oceanos em duas metades exatamente iguais? De que a circunferência da pirâmide, dividida pelo dobro de sua altura, tenha como resultado o famoso número de Ludof, Pi=3,1416? O mais curioso é que no seu interior não se encontra nenhuma inscrição em contraste com as outras edificações egípcias que são ricas em inscrições.

    Por mais interessantes que sejam as teorias fantásticas sobre a construção das pirâmides egípcias, fica claro que não existe nada de inexplicável em sua existência. A forma piramidal é a mais simples para a construção de grandes estruturas e as pirâmides remanescentes mostram claramente a evolução técnica dos engenheiros egípcios. A Grande Pirâmide não é uma estrutura isolada, surgida misteriosamente do nada, e sim o resultado de gerações de aperfeiçoamento de técnicas simples de construção. Ainda que várias dúvidas persistam sobre os detalhes de sua construção, as teorias alternativas na verdade levantam mais perguntas do que respostas.

    Talvez por estarem acostumados às facilidades da tecnologia moderna, muitas pessoas tendem a achar que os povos antigos eram incapazes de feitos grandiosos com seus recursos técnicos limitados. Ao contrário, eles fornecem mais uma demonstração da inventividade e capacidade humana e é injustificável sugerir que os egípcios seriam incapazes de construir uma pirâmide sem ajuda de “civilizações desaparecidas mais avançadas”.

    Apesar dos egípcios não contarem com instrumentos como a bússola, eles faziam seus cálculos e medidas através das estrelas. Sabiam que tudo no céu noturno estava em constante movimento, com exceção de um ponto escuro imóvel que era reverenciado como eterno, a localização do “céu” mesmo. Ao redor deste ponto duas estrelas especialmente brilhantes giravam em um círculo constante e, quando uma estava diretamente sobre a outra, era possível traçar uma linha perpendicular que atravessava o ponto escuro com total precisão. Estas estrelas que hoje conhecemos como Circumpolares eram chamadas pelos egípcios de “indestrutíveis”.

 
    ENIGMAS ASTRONÔMICOS – A localização e as dimensões da Grande Pirâmide são outra fonte de especulações.


    As três Grandes Pirâmides do Complexo de Gizé não obedecem a um alinhamento prefeito entre si. Vistas de cima, observa-se facilmente que Kheph-Rá (Quéfren) e a Grande Pirâmide de Khufu (Quéops) tem as suas diagonais alinhadas. O mesmo não acontece com Men-Kau-Rá (Miquerinos). Ela “foge” visivelmente de tal alinhamento. Ora, uma vez que os construtores de tais monumentos tinham perfeito conhecimento de geometria, matemática, engenharia e arquitetura, conclui-se que tal “defasagem” não foi, em hipótese alguma, acidental! Uma observação mais atenta porém, nos confirma o especial talento dos construtores com relação à astronomia… A distância entre as três Pirâmides e o seu posicionamento entre si, é “coincidentemente” proporcional às estrelas da constelação de Órion (O Caçador Celeste), mais especificamente as do “Cinturão de Órion” [Alnitak (Zeta Orionis), Alnilam (Epsilon Orionis) e Mintaka (Delta Orionis), conhecidas no Brasil como “As Três Marias”], obedecendo ao mesmo padrão.



    Os dutos de ventilação que desembocam na Câmara do Rei permitem que, a partir do sarcófago de granito vazio que existe no interior da Câmara, se visualize numa determinada época do ano o “Cinturão de Órion” por um duto, e a estrela Sírius (Alpha Canis Majoris), pelo outro, e a entrada na face norte indicava a estrela polar (Alfa do Dragão, Draconis ou Thuban) ao cruzar o meridiano abaixo do pólo em 2170 a.C., na época de sua construção. Sabe-se hoje também, que a partir da face norte da pirâmide, do fim da galeria que leva à câmara real, através de milhares de toneladas de pedras perfeitamente encaixadas, sai uma linha que aponta diretamente para a estrela polar.

    Robert Bauval, autor de “The Orion Mystery: Unlocking the Secrets of the Pyramids” sustenta a teoria de que as três pirâmides de Gizeh foram construídas de forma a reproduzir a posição relativa das três estrelas do chamado cinturão de Órion, uma constelação que teria importância religiosa para os egípcios. Além disso, a posição das pirâmides em relação ao rio Nilo seria uma reprodução da posição daquelas estrelas em relação à Via Láctea. Mas o próprio Bauval percebeu que, devido à mudança das posições das estrelas no céu com o passar dos séculos, esta coincidência com o cinturão de Órion não existia na época da construção das pirâmides, mas sim por volta de 10.500 a.C. (8.000 antes delas serem construídas, segundo os arquólogos). As estrelas em questão só teriam sido grupadas no que chamamos de constelação de Órion pelos gregos, dois mil anos depois.

    Devido à precessão, as constelações mudam sua posição aparente ao longo de um ciclo que demora 25.980 anos para completar-se. Reconstituindo por computador, as posições das estrelas sobre as pirâmides até 2.500 anos a.C., Bauval observou que um dos canais da Grande Pirâmide orientado para o sul, apontava diretamente para a estrela Sírio (associada à deusa Isis). O Outro canal aberto ao sul apontava para a mais baixa das três estrelas do cinturão de Órion, a constelação que acreditava ser a residência do deus Osíris e que levou a civilização ao Vale do Nilo em uma época muito remota chamada Zep Tepi, que significa ” Primeiro Tempo”.

    O cinturão de Órion era o que os egípcios chamavam de Duat, uma espécie de “porta” pela qual a alma do faraó deveria passar para chegar a Amenti, a mais alta.

    Ao que parece, todas as construções na planície de Gizeh estão espetacularmente alinhadas. No solstício de verão, quando visto da Esfinge, o sol se põe exatamente no centro da Grande Pirâmide e de sua vizinha Quéfen. No Equinócio, um observador situado no meio do lado norte de sua base, vê o Sol ao meio-dia passar sobre o vértice da pirâmide.

    O vínculo entre as pirâmides de Gizeh e a constelação de Órion foi fortalecido quando Bauval percebeu que a terceira e menor das pirâmides estava fora do alinhamento das outras duas. Observando o cinturão de Órion, comprovou que suas três estrelas também estavam localizados da mesma forma. Chegou à conclusão de que as três pirâmides poderiam ser uma representação simbólica destas estrelas. Contudo, o ângulo de cinturão de Órion não coincide exatamente com a disposição de Gizeh. A única época em que o cinturão de Órion coincidiu exatamente com a posição das pirâmides, foi em 10.500 a.C…

    Ainda verificando “coincidências”, observa-se uma grande possibilidade de que o alinhamento do ápice das três pirâmides estava perfeitamente sincrônico com as três estrelas do “Cinturão de Órion” quando estas atingiam o zênite (Interseção da vertical superior de um lugar específico com a esfera celeste. Popularmente: o ponto mais alto do céu. Posição do Sol ao meio-dia) em aproximadamente 10.500 a.C.! Como?! A História oficial afirma que as pirâmides foram construídas durante a IV Dinastia (por volta de 4.000 a.C.). O fato de as Pirâmides serem bem mais antigas do que se supunha, não é uma hipótese nada absurda…

    No início do século XIX, John Herschel – astrônomo que descobriu as radiações infravermelhas -, baseado na teoria de que o corredor descendente da Grande Pirâmide servia como um tubo de mira e que fora construído em posição tal que ficasse em linha com uma estrela polar, procurou determinar que estrela seria essa e em que época o fato ocorrera. Tais cálculos, pensava ele, o levariam à data aproximada da construção do monumento. A conclusão a que chegou foi a de que no ano de 2170 a.C. o corredor descendente apontava para Alfa Draconis, ou seja, a Estrela do Dragão. O mesmo fato ocorrera também no ano de 3440 a.C., mas essa data estava em desacordo com a opinião geral dos cientistas de então de que o monumento fora construído cerca de 4000 anos antes. Assim, o ano de 2170 a.C. foi considerado por ele como a data correta da construção da Grande Pirâmide, em que pesasse a opinião contrária dos egiptólogos da época, os quais acreditavam que a obra tinha sido erguida entre 4760 e 3360 a.C.

    Piazzi Smyth aceitou a data de 2170 a.C. sugerida por Herschel como válida, mas estranhou o fato do corredor descendente apontar para uma estrela polar relativamente sem importância. Sua lógica dizia que deveria haver também, na mesma data, uma importante estrela zodiacal ou equatorial alinhada para o sul. Descobriu, então, naquela posição, alinhada diretamente com o vértice da pirâmide, a estrela principal de um grupo de sete estrelas chamadas Plêiades, conhecida como Alcione ou Eta Tauri. Essa coincidência de posicionamento – Alcione sobre o vértice da Grande Pirâmide e Alfa Draconis em linha com o corredor descendente – ocorre apenas uma vez em cada 25.827 anos, ou seja, um ciclo sideral. Smyth concordou, portanto, que no outono do ano 2170 a.C. o ângulo do corredor descendente do monumento estava sendo estabelecido e a obra em andamento.

    Não seria surpresa portanto que, se fosse dado prosseguimento a esta pesquisa, pudéssemos verificar monumentos e/ou localidades correspondentes a outras estrelas de Órion, como as principais Betelgeuse (Alpha Orionis), Rigel (Beta Orionis), Bellatrix (Gamma Orionis) e Saiph (Kappa Orionis), além de outras estrelas importantes para os antigos egípcios como Aldebaran (Alpha Taurii), as Plêiades – também em Taurus – constelação aliás que marcava o início do zodíaco egípcio [algumas estrelas de Touro, em particular Aldebaran, o aglomerado estelar das Hyades e o aglomerado das Plêiades, sempre despertaram um “interesse especial” em outras culturas antigas (Vedas, Hindus, Chineses, Persas, Sumérios, Babilônicos, Gregos, Celtas, Aztecas, Incas, Maias) incluindo Tribos norte-americanas (Navajo, Anasazi, Sioux, etc.) e brasileiras (Tupi-Guarani, Jê, Aruaque, Bororo, Carajás, Txucarramãe, etc.]. Também destaca-se Sírius, a “Estrela Sagrada” dos antigos egípcios, a mais brilhante de todo o firmamento. Sírius “anunciava” a cheia do rio Nilo pressagiando mais um período de abundância, fartura e fertilidade.

    Porém, os egípcios não parecem ter tido uma teoria planetária, nem as apropriadas técnicas matemáticas (o sistema sexagesimal dos mesopotâmicos era superior ao sistema decimal egípcio).

    Baseando-se nestas crenças e conhecimentos, Hemiunu (primo de Khufu e principal arquiteto da Grande Pirâmide) desenvolveu o projeto como uma “máquina de ressureição”. Na parede norte da Câmara do Rei existe uma pequena abertura que funciona como telescópio até as “Indestrutíveis” (como eram chamadas essas estrelas), garantindo assim a viagem para a eternidade para o seu rei e para todos os que colaboraram na construção da pirâmide.

    Disso tudo resulta então que a pirâmide foi construída ali com algum propósito definido, o qual ainda não sabemos…

 

    AS PROFECIAS DA PIRÂMIDE

    As prováveis profecias contidas na Grande Pirâmide não são textos ou inscrições, mas estariam embutidas nas medidas dos aposentos internos, as câmaras e corredores do monumento. Cada reentrância no piso, fazendo-se a conversão pelas polegadas piramidais – a medida básica da construção do monumento -, constituiria uma data profética, sem qualquer indicação textual local. Ressalte-se novamente que não há inscrições nas paredes ou piso, nem em qualquer outro lugar. Representariam, segundo os piramidólogos, uma cronologia específica profética, sem narração de qualquer fato – exceto algumas alegorias contidas no Livro dos Mortos que, na verdade, contém a chave do mistério. Tudo é, portanto, bem ao contrário das profecias tradicionais, que raramente mencionam datas, senão somente fatos.

    As datas proféticas seriam determinadas a partir das intercessões da linha do tempo com as saliências dos recintos, tais como degraus, paredes, etc. Cada polegada piramidal representaria um ano. Há também uma variação constatada na datação, de um dia

AS PIRÂMIDES – Parte 5

 

ENERGIA PIRAMIDAL
 
    São muitos os depoimentos de pessoas que afirmam ter tido algum tipo de experiência terapêutica com o uso de pirâmides. Dores de cabeça, artrite, ossos quebrados, problemas estomacais, casos de entorses, cortes, contusões, infecções, são alguns dos problemas sanados ou aliviados por essa terapia, além da afirmação bastante comum do sentimento de grande vitalidade e força que surge após algum tempo sob a pirâmide. O fato dessas curar terem se verificado com animais, como ratos por exemplo, descarta, à primeira vista, a afirmação de que tudo não passaria de uma sugestão mental.

    Por volta de 1930, Antoine Bovis, comerciante e radiestesista francês, visitando a pirâmide de Quéops, no Egito, descobriu corpos de gatos, ratos e outros pequenos animais que depois de vagarem pelos labirintos da pirâmide morreram em seu interior e foram depositados num recipiente na Câmara do Rei. Curiosamente, os corpos não exalavam odor. Ao examiná-los, Bovis descobriu que os animais haviam sofrido um processo natural de desidratação e mumificação, a despeito da umidade na Câmara.
    Regressando à França, Bovis resolveu pesquisar o que ocorrera e construiu um modelo da pirâmide de Quéops em madeira, com 75cm de altura, orientando-a no sentido norte-sul do campo magnético terrestre e, a um terço da sua altura, colocou o cadáver de um gato recentemente morto, O corpo ficou mumificado em questão de dias. Após fazer várias experiências deu-se por convencido que a pirâmide atuava de tal maneira a deter o processo de putrefação e provocar uma acelerada desidratação dos corpos orgânicos colocados em seu interior. Bovis repetiu a experiência com outros animais mortos, com carne e com ovos; em todos os casos, afirmou ele, a matéria orgânica secava e ficava mumificada ao invés de apodrecer.
    Em 1935, John Hall, de Chicago, fazendo experiências com a pirâmide, empregando um anel de cobre e dois fios demonstrou que saía uma espécie de carga elétrica do vértice da pirâmide, assim corroborando a experiência de Williams Siemens que, encontrando-se no alto da pirâmide de Quéops, sofreu uma descarga elétrica ao beber de uma garrafa envolta em jornal úmido.
    Karel Drbal, engenheiro de radio-comunicação, de origem tcheca, após ouvir falar da experiência de Bovis, construiu a sua réplica de pirâmide de papelão para mumificar pedaços de carne e flores. Colocou uma lâmina de barbear dentro de seu modelo de cerca de 15 centímetros, em uma posição correspondente ao local da Câmara do Rei. Drbal esperava que a lâmina perdesse o fio. Para sua surpresa, contudo, ela ficou mais afiada do que antes. Fazendo várias experiências, de 1949 até 1954, constatou que a as réplicas da pirâmide de Quéops têm a capacidade de manter lâminas de barba afiadas por muito mais tempo do que o normal. Giletes que tinham uma vida útil de “sete barbas”, afiadas pela pirâmide chegam a cortar “40 barbas”. E ele afirmou que, em experiências subsequentes, recuperou o fio de lâminas de modo a poder utilizá-las até duzentas vezes. Segundo Drbal esse efeito se deve basicamente a dois fatores:

    (1) uma desidratação rápida, que elimina a umidade nos espaços intercristalinos do fio da lâmina (no caso dos materiais orgânicos produz a mumificação) e,
    (2) uma ação sobre a estrutura microscópica da matéria, que elimina o efeito de “fadiga do metal” causado pelo uso (nas matérias orgânicas esta ação destrói os microorganismos causadores da putrefação permitindo a conservação da matéria submetida à mumificação).

    Após uma espera de dez anos, o departamento de patentes tcheco acabou vencendo o ceticismo e em 1959 expediu uma patente para Drbal pelas pirâmides de papelão (mais tarde de plástico) que ele chamou de “Afiadores de Lâminas de Barbear Pirâmide Quéops”. Este fato é notável porque na Tchecoslováquia uma patente só é autorizada depois que a invenção é testada a aprovada. Um dos renomados cientistas da comissão de patentes usou o afiador de lâminas de barbear com excelentes resultados. Depois disso, importantes metalurgistas pesquisaram durante 10 anos para descobrir como o invento funcionava. Estes distintos metalurgistas verificaram que a água pode reduzir a força do aço em até 22%. Descobriram que as lâminas de barbear usadas tinham nas extremidades pequenas bolsas de umidade que contribuíam para torna-las ainda mais cegas. Colocando-se a lâmina sob a estrutura em forma de pirâmide que estava sendo testada (com a lâmina e a pirâmide alinhadas no sentido norte-sul), essas bolsas microscópicas secavam e a lâmina conservava o seu fio. Eles declararam que havia algum tipo de campo de força na própria pirâmide que poderia causar aquela desidratação eletromagnética. O afiador de lâminas de barbear faraó foi bastante difundido e prolonga a vida de uma lâmina normal em até quatro meses.
    Drbal, concluiu que existe uma relação entre a forma interior da pirâmide com os processo físicos, químicos e biológicos que ali se verificam. Também as famosas cervejarias da Tchecoslováquia sabiam que a forma do recipiente pode afetar o conteúdo, pois quando modificaram o desenho de seus barris notaram que a qualidade da cerveja piorou. Continuando com suas experiências.
    Segundo Drbal, algumas formas são saudáveis para os seres humanos. A forma esférica ou piramidal tem um bom efeito, já uma semi-esfera exerce efeito danoso no organismo. Outros pesquisadores acham que se os hospitais fossem construídos com formas diferentes os doentes se recuperariam mais depressa. No Canadá, em Sasktchewan, há um hospital para esquizofrênicos, com salas trapezoidais, forma que se mostrou benéfica aos doentes.
    Segundo Eric McLuhan, professor de eletrônica na Universidade de Ontário, EUA, o fato de a pirâmide estar alinhada no norte-sul magnético indica que seus efeitos devem ter alguma relação com o campo magnético terrestre e que de alguma forma as ondas de energia da pirâmide são polarizadas. Diz ele que as pirâmides egípcias são massas sólidas de rocha cujas câmaras são inter-relacionadas como cavidades de ressonância, nas quais podem ser armazenadas ou excitadas a energia eletromagnética, de maneira semelhante aos alto-falantes de alta fidelidade. Para McLuhan a chave do poder piramidal está nestes três aspectos: gravidade, magnetismo e ressonância. Afirma também que, na Itália, França e Iugoslávia, quando estava sendo distribuído leite e iogurte em embalagens piramidais e o produto se mantinha fresco por mais tempo, deve provar indubitavelmente que existe a intervenção de outras energias, posto que é impossível manter as embalagens na orientação norte-sul.
    Joan Ann de Mattia, licenciada em Filosofia e Letras, professora do Institute of Psychorientology de Laredo, Texas, EUA, constatou que se colocar uma pequena pirâmide por baixo de uma poltrona é possível “energizar” a pessoa que ficar sobre ela, melhorando seu rendimento sexual.
    Bill Schul e Ed Pettit, autores dos dois clássicos sobre pirâmides, “O Poder Secreto das Pirâmides” e “O Poder Psíquico das Pirâmides”, realizaram diversas experiências onde constataram que as pirâmides podem, conforme seu uso, acelerar ou retardar o desenvolvimento de plantas, melhorar a cicatrização de feridas e curas de doenças emocionais além de ter efeitos curiosos sobre pessoas que meditam no interior de réplicas de pirâmides, contribuindo para o desenvolvimento de faculdades paranormais.
    Dois piramidologistas, Bill Kerrell e Kathy Goggin, realizaram numerosas experiências nos EUA, com resultados surpreendentes. Descobriram que podiam alterar o gosto da comida (para melhor) colocando-a sob uma estrutura piramidal.
    Experiências mostram que pessoas dormindo com uma pirâmide sobre suas cabeças precisam de menos horas de sono e acordam muito mais descansadas.
    A água colocada sob uma pirâmide perde o gosto de cloro e adquire propriedades curativas. Uma menina de 9 anos tinha alergia a picadas de mosquitos. Os pesuisadores esfregaram água de torneira em uma das pernas a água da pirâmide na outra. A menina comunicou imediatamente que a perna na qual foi passada a água da pirâmide (da qual ela nada sabia) tinha feito parar a coceira.
    Alguns pesquisadores afirmam que as pirâmides diminuem o processo de envelhecimento. Descobriu-se inclusive que células da pele de uma múmia egípcia de 3.000 anos possuíam ainda algumas propriedades vitais.
    Em 1903, o ocultista Allister Crowley permaneceu durante sua noite de lua-de-mel no interior da Câmara do Rei e informou que depois da leitura de um feitiço, foi banhado por uma luz de cor lilás. Os investigadores opinam que a luz foi produzida pela força da pirâmide, assim como a força vital da acupuntura chinesa, age como um amplificador de “energia cósmica”. Essas Histórias acabaram gerando um mercado negro, os turistas acabam subornando os guardiões para que passar uma noite dentro da pirâmide.
    Atualmente as pirâmides são utilizadas para vários usos como:

  1) Meditar e relaxar: se você tem em casa uma pirâmide grande em forma de barraca, pode usá-la para meditar ou fazer relaxamento em seu interior. Disponha de alguns minutos todos os dias para sentir seus efeitos, como bem-estar, aumento de memória e diminuição de tensão emocional.
  2) Preservar alimentos: a energia das pirâmides desidrata flores e frutas. Este processo pode ser bastante útil quando desejar preservar estes elementos. Basta colocar a fruta ou a flor dentro de uma pirâmide, em sua parte central. O resultado é fantástico.
  3) Tratamento das plantas: quanto mais tempo suas plantas ou flores sofrerem a atuação da energia das pirâmides, mais bonitas ficarão, mudando até mesmo, a coloração de suas folhagens.
  4) Limpeza astral: para fazer a limpeza da sua aura retirando a “poeira astral” que trazemos da rua.
  5) Harmonização de ambientes: a pirâmide atua no ambiente onde se encontra, de forma até o momento não compreendida, tornando o local arejado, com ar mais fresco, fazendo com que as pessoas ali presentes sintam-se mais confortáveis e as plantas mais saudáveis e viçosas.
  6) Afastar insetos: vários estudiosos relatam que a pirâmide auxilia grandemente no trato com os mosquitos, moscas, formigas e insetos do gênero. Havendo uma pirâmide no local os insetos não se aproximam.
    A cada dia são descobertas novas funcionalidades para a pirâmide, até então insuspeitas. Por todo o mundo pesquisadores e estudiosos independentes prosseguem realizando experiências e buscando descobrir como as pirâmides funcionam e que tipo de energia as faz funcionar.
    Ninguém sabe ainda como funciona, mas parece provável que certas ondas eletromagnéticas sejam concentradas e condensadas pela própria configuração da pirâmide. O magnetismo convencional também pode estar envolvido no funcionamento da pirâmide porque um medidor Gauss colocado em seu centro, mesmo que esta não seja magnetizável (feita em papelão, por exemplo) mostra uma leitura positiva que se intensifica à medida que a pirâmide vai sendo alinhada no sentido norte-sul. Leituras mais fortes foram produzidas com pirâmides de metal, mas mesmo isto é estranho porque a teoria magnética clássica diria que os materiais magnéticos da estrutura protegeriam o interior da pirâmide das forças magnéticas. A própria forma da pirâmide parece atrair uma quantidade maior que a normal das forças magnéticas da terra. Mas o magnetismo não é a única explicação para o poder da pirâmide, porque campos magnéticos exatamente iguais não produzem os mesmos efeitos daqueles produzidos sob sua estrutura. Este fato parece confirmar que as pirâmides acumulam diversos tipos deferentes de energia. Não existe uma explicação científica para entender o poder das pirâmides. Sabe-se apenas, que toda forma piramidal tem vários centros de energia, chamados chackras, muito parecidos com os do corpo humano. Desta maneira, a parte superior da pirâmide concentra mais energia, enquanto a base acumula um tipo de energia mais calma e ritmada.
    Essas teorias, contudo, não foram bem recebidas pela maioria dos cientistas. Experiências realizadas pelo Instituto de Pesquisas de Stanford na Grande Pirâmide mostraram que os alimentos armazenados em seu interior deterioravam normalmente. O geólogo Charles Cazeau e o antropólogo Stuart Scott, conduzindo uma pesquisa independente, relataram por sua vez que “os ovos (…) retirados de nossa pirâmide após 43 dias, estavam malcheirosos, de um amarelo grudento e cheios de sedimentos (…) os tomates nas pirâmides não se saem melhor do que aqueles em sacos de papelão. Não conseguimos afiar lâminas de barbear”.
      As pirâmides terapêuticas, de acordo com numerosos especialistas que têm difundido seus conhecimentos e experiências, podem ser tanto do tipo fechado como de estrutura aberta, ou seja, feita com armação de canos ou varetas. O material do qual ela deve ser construída depende da finalidade para a qual ela será usada. Assim, as de cobre são úteis para a meditação, pois são as que mais estimulam o autoconhecimento e a intuição. As de latão têm vibração para gerar regeneração, renascimento e transformação. As de cristal possuem alto poder energético e são usadas para todos os casos, devido às suas amplas propriedades. As de alumínio atuam mais efetivamente na matéria densa e vibram em ressonância com as coisas materiais, terrenas. As de prata devem ser utilizadas nos casos de conflitos magnéticos entre pessoas, servindo de equilíbrio entre as forças opostas. As de ouro atuam mais profundamente como amplificadoras do nosso campo vibratório magnético, tornando-o equilibrado e eliminando automaticamente as formas de energia nocivas que possam penetrar em nossa camada vital.
Energiapiramidal
Deve-se posicioná-la de acordo com a bússola, de forma que seus lados fiquem voltados para os pontos cardeais.
    Com relação à energização da água para fins curativos, basta encher uma vasilha de vidro ou cristal, que deverá ser colocada no interior da pirâmide (posição norteada), a um terço da altura a contar da base. Tapar o recipiente com guardanapo, deixando-o ali por 36 horas. Essa água, que assim passa a armazenar a energia universal, pode ser utilizada para os olhos, ulcerações da boca, aparelho digestivo, tratamento de pele, entre outras aplicações.
    Depois de usada, a pirâmide deve ser descarregada da energia acumulada. As pirâmides pequenas podem ser descarregadas suspendendo-as pelo ápice e ventilando-as próximo a uma janela. Se a pirâmide for de metal, pode ser descarregada golpeando-a com uma varinha também metálica. No caso de uma pirâmide metálica do tipo de estrutura aberta, uma maneira de eliminar as cargas negativas é desarma-la, mas há quem defenda também que fazendo soar um gongo no seu interior a pirâmide ficará descarregada. Também há que use Diagramas Radiônicos para esse fim.
 

    BIBLIOGRAFIA: Guia Geral das Terapias Alternativas (Alternative Medicine, 1986), Andrew Stanway, Xenon Editora e Produtora Cultural Ltda, RJ
 
    EXPERIÊNCIA COM LEITE
    A pirâmide utilizada nessa experiência foi confeccionada em tubos de alumínio 3/8″ (9,52mm) de diâmetro externo com espessura da parede de 1mm, altura de 1m, sem paredes, em orientação normal norte-sul.

    O copo de leite foi colocado a 1/3 da altura, no centro, na posição da câmara do rei.

    Nos dois copos, no que ficou dentro e no que ficou fora, foi colocada uma tampa de EVA de modo a evitar acúmulo de poeira no interior do recipiente mas sem eliminar totalmente a passagem de ar.

    Os dois copos foram colocados em local arejado sem iluminação solar direta, em salas separadas.

    O leite utilizado foi o integral longa vinda. O leite da mesma caixa foi utilizado nos dois copos, aproximadamente 250ml em cada um.

    As fotos foram tiradas após sete dias de iniciada a experiência.

    Depois de tiradas as fotos os copos tiveram as posições trocadas: o que havia ficado fora da pirâmide foi colocado dentro, e o copo que havia ficado dentro foi colodo fora.

    Após mais sete dias o copo que havia ficado dentro da pirâmide no primeiro período permaneceu no mesmo estado e o copo que havia ficado fora da pirâmide no primeiro período, mesmo dentro da pirâmide no segundo período, continuou em processo de deterioração.

Leite

 Fotos: Recipiente com leite fora e dentro da pirâmide.


 

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